Representantes de quatro centrais sindicais e sindicatos de aposentados se reuniram nesta terça-feira, 28/6, com os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e do Trabalho e Emprego, Ronaldo Nogueira, no Palácio do Planalto, para debater a reforma da previdência e os impactos para os trabalhadores.
Na reunião, o Dieese apresentou um diagnóstico do setor, que contesta a proposta do governo de adotar idade mínima para a aposentadoria e regras de transição, tirando direitos.
O secretário de finanças da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), Juvenal Pedro Cim, falou à Agência Sindical. “O governo insiste em colocar como déficit da Previdência números da saúde, aposentadoria rural e servidores. Nós não concordamos e queremos aprofundar o trabalho, para trazer mais transparência ao processo”, disse.
As centrais sugeriram seja criado um Grupo Técnico, incluindo as confederações patronais, o Dieese (representando as centrais), o INSS e o Legislativo. O grupo subsidiará a reforma. O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), afirma: “Não vamos aceitar que o governo retire direitos dos trabalhadores”.
CNI e novos debates
Surpreendeu a delegação sindical a presença da Confederação Nacional da Indústria, que tem um rol de propostas antitrabalhistas e uma postura neoliberal quanto à Seguridade Social.
A proposta de criação de um novo grupo para discussão da reforma da previdência foi aceito pelo governo e será composto por integrantes do governo, do Dieese, em nome dos trabalhadores, e da Confederação Nacional da Indústria (CNI), como representante dos empregadores.
O novo grupo irá receber as propostas das entidades dos empregadores e levá-las aos representantes dos trabalhadores para, então, o governo formalizar uma proposta a ser enviada ao Legislativo. Não foi estabelecido um prazo para apresentação de uma proposta de reforma.